vendredi 26 octobre 2012

Eid Mabrouk! Apelo ao povo francês pela Paz e a Fraternidade!


photo internet


 

Eu sou francesa. Ateísta. Tolerante.


Eu recebi uma educação católica, e quando era nova, era muito muito envolvida na vida da minha paróquia e da minha capelania.
Minha familia é francesa, por gerações, pelo menos desde o século XIV, acredita-se a pesquisa genealógica feita por minha família.

Eu tive experiências sensacionais na minha vida com amigos de outras religiões: compartilhei o Ftour (quebrar o jejum durante o Ramadã para os marroquinos), fiz a Tabaski, escutei memórias da peregrinação à Meca, participei na oração ... Eu tive a oportunidade de viajar bastante nos países muçulmanos da África Negra no Magrebe e no Médio Oriente. Minhas viagens e as minhas amizades forjadas minha identidade e sensibilidade. Estou mergulhada nas religiões monoteístas e espiritualidade.
Fiz leituras maravilhosas que me levaram à beira da Fé e a Filosofia, da Fé e a Poesia.

E ainda, por algum tempo, serenidade deu lugar à raiva. Porque no coração de alguns crentes, Luz deu lugar à intolerância, escuridão, e rejeição. Sim, eu tenho raiva contra o islã, o judaísmo ou o cristianismo. Existem atitudes dos crentes que eu não entendo e que eu e acho perigosas.

Na França e no Brasil, eu não apoio a mistura da Educação com a Religião, da Política com a Religião, da Religião com as liberdades individuais. Eu não posso suportar que a religião torna-se o alfa e o ômega da vida em sociedade. Eu não posso suportar que chegamos a ser definido unicamente pela sua religião antes, no lugar ou de forma incompatível com qualquer outra filiação.

Na verdade, eu apoio o Estado secular. Eu sou profundamente convencida de que o secularismo é o baluarte contra o obscurantismo e comunautarismo. 

Porém, eu estou machucada hoje com a publicação de uma pesquisa terrivel do jornal conservador Le Figaro. O artigo foi publicado ontem, às vésperas da maior festa dos muçulmanos, Eid-el-Kebir, ou Tabaski para os muçulmanos na África Ocidental.
Esta pesquisa IFOP / Le Figaro mostrou que 43% dos franceses acham que o Islã é uma ameaça para a França. 60% dos franceses consideram que o Islã é visivel demais.

Como uma nativa francês, eu denuncia este tipo de processo, que da armas ao povo francês contra si mesmo. Eu denuncio a publicação da pesquisa na véspera da festa dos muçulmanos, que deve ser um tempo de paz e fraternidade. Por quê até mesmo despertar o ódio e ressentimento, em vez de recolher e se alegrar? Por quê causar tristeza e decepção?

O nosso país precisa de se reagrupar em um jeito inclusivo e colaborativo. A vitória da França na Copa do Mundo de 1998 (contra o Brasil), com uma seleção nacional misturada de brancos, pretos e árabes estava cheia de esperança. Antes disso, em 1789 ou 1848. Duas datas fundamentais para nossas idéias: República, Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 11 setembro de 2001 e 21 de abril de 2002 mataram nossas esperanças. Nossa Nação já está perdida, ela se busca. Mas está se procurando nos lugares errados, onde a luz é fraca. No comunitarismo e na rejeição do outro.

Eu tenho muita raiva hoje, e um grande desejo de paz.

Eu tenho raiva contra aqueles que nós dividem: Le Pen, Sarkozy, Copé. Eles também são Houria Bouteldja,  Presidenta dos Indigènes de la République (Indigénos da República). Aquela qe acredita que os brancos são racistas por natureza e qu nunca vai denunciar o anti-semitismo. Eles tambem são da Ligue de Défense juive ( Liga de Defesa Judea), que assaltou Houria Bouteldja. Minha raiva é também contra as hierarquias religiosas que se batem contra o casamento gay e a adoção por casais gays.

É por isso que apelo a todos os ateus, os católicos, os protestantes, os judeus, os maçons, os livres-pensadores, as budistas, os  hindus, os deJeová, os mórmons ... para desejar aos muçulmanos um bom Eid ou Tabaski neste dia sagrado para eles.

Mostre em seu status no Facebook, fale com seus vizinhos ou amigos! Por favor, compatilha um sinal de amizade.

Recusa esta imagem que sugere que os franceses estão se tornando cada vez mais intolerantes! Já que é errado!

É um paradoxo para uma pessoa  secular e ateu, mas estou convencida de que este é o que deve ser feito hoje.

Eid Mabrouk!

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